Não faz muito tempo, deparei-me com um programa de rádio, numa qualquer estação portuguesa, onde se debatia a definição de Filosofia e, consequentemente, a sua utilidade no quotidiano do comum português.
Qual não foi o meu espanto, quando ouço uma ouvinte e participante no debate dizer que “ah, em tempos, na adolescência, tipo, quando andava no 12º, filosofava, agora já não…!” ou, outro, “a Filosofia é uma disciplina do Ensino Secundário e nunca percebi muito bem para que servia?!” ou, ainda, “não preciso da Filosofia…” Outros depoimentos na mesma linha se seguiram.
A minha perplexidade perante tamanha desinformação suscitou em mim a necessidade de esclarecer algumas dúvidas relativas à Filosofia. A Filosofia não é apenas uma disciplina do Ensino Secundário, onde é possível dar a conhecer perspectivas de diferentes autores; a Filosofia vai muito além disso!...
Fiquem, no entanto, a saber que não é fácil apresentar uma definição de Filosofia, até porque nesta não há unanimidade. Assim, qualquer tentativa de definição será sempre incompleta e passível de contestação.
Não obstante, decidi correr o risco e postar a minha perspectiva, partilhando-a, assim, com todos os interessados.
Mas, antes, urge a necessidade de colocar uma primeira questão: Filosofia, necessária ou supérflua? Se a Filosofia não serve para nada, não há necessidade dela! E, se não é útil, por que não nos contentamos em viver e evitar o filosofar?
Quem ousar provar que a Filosofia não serve para nada, que não necessitamos dela, ver-se-á obrigado a curvar-se a ela, pois, para negar a sua necessidade, terá, obrigatoriamente, que Filosofar.
Liliana Guerra